ELO FORTE | Educadora leva brincadeiras antigas para condomínios

Educadora leva brincadeiras antigas para condomínios

Para fugir de eletrônicos, brinquedos feitos de madeira ou sucata viram material de diversão

Em vez de passarem o dia na frente da tela do tablet, da TV ou do computador, a educadora física Bruna Carrasco, 30 anos, propõe que as crianças resgatem brincadeiras à moda antiga, sem nem sair de casa. Ela leva o serviço aos condomínios de Porto Alegre e Região Metropolitana. Com isso, a Adoleta Desenvolvimento Infantil já tem nove turmas espalhadas pela cidade.

Formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), em 2008, ela tem brinquedos pouco utilizados pelas novas gerações. A ideia é fugir dos eletrônicos e, por consequência, do sedentarismo.

“Acho superimportante a criança entender, desde pequena, que o corpo dela se mexe”, ressalta Bruna. As aulas duram 50 minutos e são realizadas uma vez por semana, em grupos de dois até seis alunos com idades entre seis meses e sete anos. Os valores partem de R$ 180,00 por mês para cada participante.
Nos condomínios em que atende mais de um grupo, os pequenos são separados por idade. “São momentos e objetivos diferentes com cada faixa”, expõe Bruna.

O projeto só saiu do papel graças a um “ano sabático”, no qual a empreendedora se dedicou a pesquisas, leitura e participação em cursos dentro e fora de sua área de formação. “Percebi que não consigo ficar longe de criança”, compreende.

Entre os aprendizados, o curso de empreendedorismo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), conta ela, a fez entender tudo o que o tema abrange. “Eu não me sentia preparada para empreender antes de todo esse processo. Pensava só na parte pedagógica”, revela.
Na busca por uma atividade pouco explorada pelo mercado e que ao mesmo tempo fosse necessária, Bruna criou a Adoleta, neste ano. Uma de suas inspirações é do Rio de Janeiro. Lá, ela conheceu o trabalho da empresa Panos para Manga, fundada por uma pedagoga.

A diferença entre a ideia carioca e a sua, destaca Bruna, está no enfoque. Enquanto a primeira tem sua atenção voltada à psicomotricidade, o serviço prestado pela Adoleta contempla também os aspectos relativos a atividades físicas.

Baseada na própria infância, mas sobretudo em estudos sobre o comportamento da atual geração, Bruna verificou que se fica pouco ao ar livre. Especialmente nos condomínios, os pais raramente saem dos apartamentos, seja pela insegurança, seja por não terem tempo de interagir com os filhos.
Bambolês e cones fazem parte das ferramentas usadas por Bruna. E, além da resistência física, os momentos de troca entre os vizinhos resulta em amizades. Estimula, inclusive, que eles utilizem os espaços comuns de onde moram depois do horário da aula.